Avaliação Psicológica
A avaliação psicológica (AP) é um processo estruturado de investigação de diversos fenômenos psicológicos, cujo objetivo é fornecer informações relevantes para a tomada de decisão e para a intervenção. A AP é realizada a partir de demandas específicas, podendo ser para:
Realização de procedimentos cirúrgicos;
Fins judiciais;
Verificar a presença de transtornos mentais, como depressão, ansiedade, TDAH e/ou outros;
Compreender as características e dinâmica de personalidade um indivíduo;
Compreender as características e dinâmicas de um sistema familiar;
Verificar hipótese de diagnóstico diferencial.
A AP deve ser realizada por profissionais éticos, capacitados teórica e tecnicamente para que suas conclusões sejam coerentes e respondam às necessidades do indivíduo.
Existem contextos em que a avaliação psicológica é obrigatória, como para a realização de alguns procedimentos cirúrgicos ou quando é solicitada judicialmente. Em outras situações, ela pode não ser obrigatória, mas pode facilitar muito a intervenção ou o tratamento buscado, pois fornecerá informações detalhadas acerca dos fenômenos psicológicos pertinentes.
A avaliação psicológica também é conhecida como psicodiagnóstico. Atualmente, as maiores demandas de psicodiagnóstico envolvem hipóteses de transtornos mentais, como o Transtorno Depressivo, Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade, Transtorno de Humor Bipolar, entre outros.
A verificação do diagnóstico por meio da AP pode auxiliar na busca pelo tratamento mais adequado, seja ele psicológico ou psiquiátrico. Na maioria das vezes, a realização de uma avaliação multiprofissional (incluindo psiquiatra, neurologista, nutricionista e/ou fonoaudióloga) também é útil.
Serviços realizados:
Avaliação psicológica para cirurgia bariátrica;
Avaliação psicológica para cirurgia de afirmação de gênero (pessoas Trans);
Avaliação psicológica para cirurgia de esterilização (Vasectomia ou Laqueadura);
Avaliação psicológica para diagnóstico diferencial;
Avaliação psicológica da personalidade (com fins de psicodiagnóstico ou autoconhecimento);
Avaliação psicológica do sistema familiar (com fins judiciais ou para orientar intervenção);
Avaliação psicológica com crianças e adolescentes (4 a 17 anos).
Avaliação psicológica para cirurgia bariátrica
A avaliação psicológica de pessoas candidatas à cirurgia bariátrica tem o objetivo de promover escuta e acolhimento acerca da busca pela intervenção cirúrgica, bem como identificar estados emocionais e/ou comportamentais que possam interferir no pós-operatório. Além disso, objetiva identificar aspectos saudáveis que possam potencializar os ganhos da cirurgia na promoção da qualidade de vida do paciente. A avaliação é composta por sessões presenciais de avaliação, entrevista devolutiva e entrega de laudo e atestado psicológico.
Avaliação psicológica para cirurgia de afirmação de gênero (pessoas Trans)
A atuação de psicólogos e psicólogas com a população trans considera o princípio fundamental da dignidade da pessoa humana, a legislação internacional de direitos humanos em relação à orientação sexual e identidade de gênero, e está pautada na Resolução do CFP nº 1 de 2018. Assim, considera-se as expressões e identidades de gênero como possibilidades da existência humana, as quais não devem ser compreendidas como psicopatologias, transtornos mentais, desvios e/ou inadequações. Além disso, reconhece a cisnormatividade como discursos e práticas que excluem, patologizam e violentam pessoas cujas experiências não expressam e/ou não possuem identidade de gênero concordante com aquela designada no nascimento. A avaliação psicológica de pessoas trans que buscam tratamento para afirmação de gênero tem como objetivo promover o acolhimento e a escuta do momento de vida atual e identificar aspectos emocionais e/ou cognitivos que possam interferir no tratamento (hormonioterapia e/ou procedimento cirúrgico), incluindo fatores de risco e de proteção.
Cabe destacar que é vedado às psicólogas e aos psicólogos, na sua prática profissional, propor, realizar ou colaborar, sob uma perspectiva patologizante, com eventos ou serviços privados, públicos, institucionais, comunitários ou promocionais que visem a terapias de conversão, reversão, readequação ou reorientação de identidade de gênero das pessoas transexuais e travestis.
Avaliação psicológica para cirurgia de esterilização (Vasectomia ou Laqueadura)
Cirurgias de esterilização, como a vasectomia e a laqueadura, são procedimentos que podem contribuir para a qualidade de vida e planejamento familiar. Apesar disso, antes de realizar o procedimento cirúrgico, que deve ser considerado irreversível, é necessário que sejam observados alguns critérios definidos em Lei, entre eles a capacidade para tomada de decisão livre e esclarecida e ausência de fatores de risco que confiram prejuízos significativos no pós-operatório. A avaliação psicológica de pessoas candidatas a cirurgias de esterilização envolve o acolhimento e esclarecimento das motivações, esclarecimento acerca das etapas, riscos e benefícios da cirurgia, identificação de fatores de risco e/ou preditores de arrependimento. Na avaliação psicológica para diagnóstico diferencial, são considerados os aspectos globais de história de vida, desenvolvimento, saúde física e mental, aspectos cognitivos, emocionais e de personalidade.
Avaliação psicológica para diagnóstico diferencial
Muitas vezes, diferentes quadros de sofrimento mental possuem manifestações semelhantes, com sinais e sintomas que se assemelham. Você sabia que até mesmo dificuldades cognitivas de atenção e memória podem estar relacionadas à depressão? E que, na infância, dificuldades de atenção e aprendizagem podem não significar, necessariamente, a presença de algum transtorno, como o TDAH? Em casos como esses, o diagnóstico diferencial pode ajudar a orientar o tratamento psicológico e medicamentoso.
Avaliação psicológica da personalidade (com fins de psicodiagnóstico ou autoconhecimento)
A personalidade se refere a um padrão de traços relativamente estáveis e características únicas que dão consistência e individualidade ao comportamento de uma pessoa. Apesar de parecer, a personalidade não representa uma posição passiva diante do ambiente, já que as pessoas analisam e refletem sobre o contexto em que vivem. A avaliação da personalidade, portanto, contribui para a identificação de traços e características de um indivíduo, diferenciando o papel de cada uma delas no processo de desenvolvimento individual, estabelecimento de relações interpessoais e modificação do ambiente. Trata-se de um processo fundamentado teórica e cientificamente, conferindo confiabilidade aos resultados encontrados.
A avaliação da personalidade pode contribuir para o autoconhecimento e para o processo psicoterápico, fornecendo insights sobre o comportamento e relacionamentos do avaliado. Além disso, diante de queixas clínicas, pode auxiliar na identificação de prejuízos no funcionamento da personalidade.
Avaliação psicológica do sistema familiar (com fins judiciais ou para orientar intervenção)
A família é conhecida como a “célula fundamental” na composição do tecido social. Enquanto sistema, encontra-se em permanente desenvolvimento, dado a partir da modificação e evolução de seus membros. Atualmente, a família é compreendida como um fenômeno diverso, complexo e multifacetado, de tal maneira que a avaliação do sistema familiar não parte de concepções pré-definidas, mas sim da observação e análise dos desafios e recursos de cada família e de seus integrantes. Conhecer o funcionamento e a dinâmica de cada família pode ser útil em diversos contextos e situações, como no início de um processo de psicoterapia familiar, no decorrer de um processo judicial, ou no processo de auxiliar um de seus integrantes a se desenvolver e alcançar o bem-estar. A partir da avaliação psicológica são propostos novos caminhos e recursos a serem desenvolvidos pela família com vistas a conquistar flexibilidade, autonomia e autogestão dos sistemas e vínculos familiares.
Avaliação psicológica com crianças e adolescentes (4 a 17 anos)
A avaliação psicológica de crianças e adolescentes é um processo cuidadoso de investigação da queixa que traz as famílias ao consultório. A preocupação dos pais, responsáveis e/ou professores com o bem-estar e pleno desenvolvimento dos pequenos não deve ser ignorada, mas compreendida com cuidado e rigor. Assim, a avaliação infanto-juvenil inicia sempre com uma sessão com os pais ou responsáveis para a elaboração de um plano de avaliação que envolve a participação de todos: pais, familiares, professores e, principalmente, a criança. São empregadas diversas técnicas e testes e, ao final, uma devolutiva completa é dada aos responsáveis e à criança, apresentando os resultados encontrados e fornecendo informações úteis de encaminhamento.
A participação dos responsáveis ao longo da avaliação psicológica de crianças e adolescentes é indispensável, uma vez que ao longo do caminho são compartilhadas preocupações, orientações e estratégias para reduzir os prejuízos provocados pelos sintomas presentes.