Há 4 meses, nos encontramos frente a pandemia do Covid-19. No decorrer dos dias, mais de 1,5 milhão de pessoas infectadas e já perdemos mais de 70 mil pessoas para essa doença viral que surpreendeu o mundo inteiro.
Esse vírus nos desorganizou, mudou e/ou adiou planos, faz de nossos dias uma repetição de ontens sem fim. Perdemos nossos empregos, nossas escolas precisam ficar fechadas, nosso comércio precisa se adaptar. Tudo isso aliado à distância social, nossa fé depositada na proteção que vem de máscaras, álcool em gel, na constante lavação de mãos ao chegar em casa após ir ao mercado...
E, até o momento, o que nos cerca é a incerteza! É incerto até quando isso vai durar, é incerto se a doença irá nos alcançar, se algum familiar ou amigo vai perecer, se a comunicação virtual vai conseguir bastar por mais tempo... Se vamos conseguir dormir com a ansiedade de mais um dia trancado olhando a cidade pela janela, lembrando da sensação de um banho de mar, de dar uma volta na praça ou ver um filme que estreou no cinema...
Apesar de tudo isso que, de alguma forma, nos une, o nosso país está bem subdividido, uma vez que, enquanto muitas cidades já estão reabrindo aos poucos, implementando a flexibilização, começando a funcionar de uma outra maneira, aderindo a outras formas de proteção, outras tomam rumos diferentes, com o comércio fechado, trabalhando apenas com os serviços essenciais, e até mesmo com o lockdown em vigor.
Até o momento, a incerteza também ronda as buscas por respostas, seja na corrida pela vacina e medicamentos que ajudem no tratamento da Covid-19, seja na forma de lidar com a falta de renda para o povo que padece sem emprego. Essas incertezas nos geram questionamentos, como sairemos desse momento, tanto de forma particular como social, pois há muito tempo não temos uma experiência como essa e não sabemos ao certo como lidar com essa confusão, com o medo, o luto e a angústia. Não sabemos ao certo como a sociedade vai se comportar no pós pandemia, pois não somos mais como antes e nem podemos ser. Podemos até tentar fazer tudo igual, mas o sentimento é de que precisamos fazer diferente.
Escrito por Karolayne Melo (@psi.karolaynemelo) e Anieli Bezerra (@anielibez)